Sophie Charlotte pontua dificuldades e aprendizados ao interpretar personagem cega


"Todas as Flores", novela original Globoplay, já conquistou o público com sua trama envolvente. Escrita por João Emanuel Carneio, os capítulos vão mostrar a conturbada vida de Maíra (Sophie Charlotte), criada pelo pai, Ivaldo (Chico Díaz), em Pirenópolis, em Goiás. A jovem foi abandonada pela mãe, Zoé (Regina Casé), que vai ao reencontro da filha deficiente visual para salvar a vida da meia-irmã Vanessa (Leticia Colin).


Sophie, que estava longe das novelas há sete anos, faz seu retorno triunfal com a protagonista que nasceu com deficiência visual. Em papo com o site da Vogue Brasil, ela pontuou as dificuldades e aprendizados ao interpretar uma personagem cega, além da parceria do marido, o também ator Daniel de Oliveira




Qual a maior dificuldade em interpretar uma personagem cega?

"A maior dificuldade é o entendimento sobre essa condição, existem muitos estigmas, conceitos muitos simples, estereótipos da deficiência visual. Então desconstruir esse entendimento e levantar novos pilares possíveis para essa história tem sido muito potente.

Todos nós, que não convivemos com pessoas com algum tipo de deficiência, precisamos entender e sermos presentes e parceiros nessa luta anticapacitista. Desde a desconstrução de um olhar estigmatizado até o entendimento de que precisamos entrar em contato com essas pessoas que são muitas. Para mim tem sido revelador desde a importância social, além da história de ficção com muitas reviravoltas."


Quais as principais características da Maíra?

A personagem não se limita apenas pela característica da deficiência, ela tem muitas camadas e vamos construindo essa pessoa através do texto e do nosso desejo de comunicar. E nesse momento acho importante falarmos de amor, do contato com a natureza, do olhar caridoso e presente. É uma das personagens que tenho me dedicado muito para trazer esse estado de presença.


A Maíra é uma grande perfumista. Qual foi a melhor parte de descobrir esse novo universo?Eu amo que meu trabalho me dá a oportunidade de viver outros ofícios em uma vida só. Entender esse universo da perfumaria foi único e eu costumo usar um perfume para cada personagem e nessa não foi diferente, mas o nome dele é segredo. Faço isso há muitos anos porque o olfato nos leva para campos de memória específicos e começo a usar desde a preparação”, contou salientando que desta vez por conta da complexidade da profissão de Maíra ela demorou um pouco mais para escolher a fragrância.


Como foi o processo de 'cegar' o seu redor?

As vezes as pessoas tem um entendimento equivocado de que é preciso tirar um dos cinco sentidos e minha busca foi outra, não foi tanto pela performance, mas muito mais pelo entendimento das questões de uma mulher que convive com essa condição. Ela vive a vida dela, se apaixona, tem a sua carreira. E não é pelo que falta, mas por tudo o que está presente na vida dela.


Você tem algumas cenas mais quentes com seu par romântico interpretado por Humberto Carrão. O Daniel assiste todos os capítulos com você?

Assistimos juntos ao primeiro episódio e ele adorou, é meu parceiro, me apoia muito e ficou muito feliz de me assistir no Globoplay.


A cena do heliponto com a Vanessa (Leticia Colin) chegou a te dar arrepios?

Me deu muitos arrepios. Os bastidores dessas gravações não queiram saber. São sempre inusitados e surpreendentes. E quando vemos o resultado no ar tudo vale a pena. Estamos contando uma história que precisa ter esses momentos de frio na barriga. E eu tenho muito medo de altura, bastante.


Como é dividir as cenas com Letícia Colin e Regina Casé?

Não poderia estar mais feliz em contracenar com Regina Casé, admiro há muito tempo. É uma grande atriz, uma grande personalidade da nossa cultura. conviver e aprender com ela é maravilhoso. A relação com a Letícia Colin também é de muita confiança porque visitamos lugares difíceis de estar, então é preciso ter intimidade, afeto e saber que aquela troca é sempre pelo melhor da cena.


Você nasceu na Alemanha, pensa em algum dia voltar a morar na Europa com a família?Quem sabe? Por enquanto não sei, ainda não. Estou trabalhando, amo estar aqui trabalhando, mas não é impossível.


Fonte: Vogue Brasil

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