'Meu Nome É Gal': Sophie Charlotte impressiona com entrega e caracterização acertada

sexta-feira, outubro 13, 2023


Um sim absoluto. Essa foi a única resposta que Sophie Charlotte encontrou para o convite de interpretar Gal Costa nas telas de cinema. Após seis longos anos de idas e vindas de negociações, o filme chega nas salas de todo o Brasil nesta quinta-feira (12), estrelado pela atriz e dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi.

Homônimo da canção de 1969, Meu Nome é Gal traz um recorte da vida da eterna musa da Tropicália – entre os anos 60, 70 e 80, ou seja, o início e ascensão da carreira de Maria da Graça Costa Penna Burgos, que morreu em novembro do ano passado aos 77 anos.
 



Com uma entrega feroz em frente às câmeras, a artista de 34 anos impressiona com a caracterização e os movimentos de sua Gracinha (apelido carinhoso que a cantora recebera dos padrinhos de estrada, Caetano Veloso, Gilberto Gil Maria Bethânia).


"Realmente acho que precisa ter muita coragem", avalia Sophie sobre aceitar a missão de dar vida à uma das maiores cantoras da música popular brasileira.


"Realmente acho que precisa ter muita coragem", avalia Sophie sobre aceitar a missão de dar vida à uma das maiores cantoras da música popular brasileira.


"Foi um presente e o que me tranquilizou foi a possibilidade dela [Gal] ter me permitido. Ela autorizou, incentivou e estava curtindo. Nos encontramos e me senti abençoada. Em alguns momentos, o medo apareceu. Mas acho que duvidar de si faz parte do processo", reflete a protagonista, em conversa com a imprensa no último dia 9.


A transformação de Gracinha em Gal (a Fa-tal, de A Todo Vapor) é o que envolve o enredo pouco complexo, porém criativo, do longa, também abrilhantado pelas atuações divinas de Rodrigo Lelis (Caetano), Camila Márdila (Dedé Gadelha) e Luis Lobianco (Guilherme Araújo).


Além da ditadura militar, que entra como antagonista da narrativa, o conflito interno vivido por Gal Costa é o que dá fôlego aos 120 minutos da cinebiografia. "É um período em que ela estava se descobrindo mulher, artista. Fui entendendo e me aproximando desse mistério que a acompanha através da sensibilidade", explica a atriz.


A bela fotografia do diretor Pedro Sotero ajuda a obra se posicionar de forma consistente. Mas é a entrega completa – de corpo (principalmente) e alma – de Sophie Charlotte, o ponto mais marcante e acertado de Meu Nome É Gal.


Nas canções, a atriz mescla sua voz original com a da própria cantora. Para a surpresa, a alternância se dá com sutileza e em um momento em que os telespectadores já estão convencidos da Gal por Sophie. A ideia, inclusive, partiu da própria intérprete, que conta que após a morte da ídola, os áudios originais foram uma maneira de honrar a presença da artista.


A caracterização assinada por Gabriella Marra se destaca entre os pontos positivos do filme. Sobre esse processo, Sophie parafraseia à homenageada. "Foi divido, maravilhoso. E muito especial porque eu já vinha de um processo muito longo de preparação, de ensaio e quando chegou o figurino da Gabriela, foi emocionante", resume a atriz, para a GQ Brasil.


Fonte e créditos: GQ BRASIL - Ana Beatriz Gonçalves

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