"Melhor experiência", diz Sophie Charlotte sobre papel de prostituta
A música da banda Legião Urbana conta a história do faroeste no planalto central do Brasil e virou até filme. Mas o verdadeiro Faroeste Caboclo é o que foi contado por Heitor Dhalia emSerra Pelada, que estreia em todo o Brasil na próxima sexta-feira (18), e que conta um pouco da história de um dos maiores garimpos desse País, descoberto no início da década de 80. A trama também marca o início de Sophie Charlotte nos cinemas, na pele da prostituta Tereza.
Com um roteiro ágil e intenso, o filme conta a história dos amigos Joaquim (Julio Andrade) e Juliano (Juliano Cazarré), que resolvem largar tudo em São Paulo para enriquecer no sul do Pará. Para o diretor do filme, foi impossível contar uma história oficial de Serra Pelada. “Cada pessoa que entrevistei, contava sua versão. Podemos ter umas 100 mil histórias oficiais de Serra Pelada e por isso preferi contar a minha”, disse Dhalia na entrevista coletiva de apresentação do filme durante o Festival Rio de Cinema que termina na próxima sexta-feira.
Com um elenco que conta com Wagner Moura (também produtor do filme), roubando a cena como o inescrupuloso Lindo Rico, Sophie Charlotte como a prostituta Tereza (sua primeira incursão no cinema e em um papel forte e com boa performance) e com menos brilho Matheus Nachtergaele, na pele de um pouco convincente Coronel Carvalho. Dhalia não tem medo de fazer uma incursão pelo interior do Brasil e mostrar uma realidade que pode assustar até mesmo nos dias de hoje.
À medida que o filme avança, os personagens vão ganhando vida e perdendo valores. Juliano mergulha de cabeça naquele mundo de homens-formiga, que sobem e descem os barrancos com quilos e quilos de terras às costas em busca de “bamburrar”, como era chamado o ato de encontrar ouro. Juliano se adapta a essa nova realidade e acaba virando um dos gângsters do lugar.
“O Juliano percebe logo as regras daquele jogo e estabelece uma nova ética” conta Cazarré, que se meteu no projeto no meio das gravações de Avenida Brasil. Já Joaquim, ou o Professor, como é chamado por Juliano, luta contra a febre (do ouro e da malária), para manter seus princípios. “O protagonista do filme é a amizade entre os dois” diz Cazarré, negando ser o protagonista do filme, narrado por Julio Andrade de forma intimista e que leva o espectador cada vez mais dentro da trama.
Para recriar Serra Dourada, a produção se esmera em mesclar imagens de época com recriações perfeitas e uma maquiagem espetacular. Impedidos de filmar próximo de onde era mesmo Serra Pelada pela Vale do Rio Doce, as filmagens se concentram em quatro cidades de São Paulo e Belém do Pará. A reconstrução com maestria a cidade satélite chamada de “os 30”, onde a bebida, as drogas e a prostituição burlavam qualquer controle por parte do governo militar, que na época interveio em Serra Pelada para controlar a venda e distribuição do ouro encontrado, é outro ponto alto do filme, que contou com 89 atores de apoio e mais 1600 figurantes.
O faroeste brasileiro de Serra Pelada tem vilões normais, como Juliano e Lindo Rico, que fazem com que você se encante por eles, mesmo sem concordar com tanta violência e crueldade. Tem a prostituta Tereza que se apaixona e é pivô para uma guerra entre o Coronel Carvalho e Juliano. “Foi a melhor experiência da minha vida” disse Sophie Charlotte. Para Wagner Moura, o cinema brasileiro vai encontrando maturidade em sua diversidade de produções. “Temos um cinema com menos medo de falar que quer atingir seu público. Estamos conseguindo combinar entretenimento e ao mesmo tempo falando de coisas importantes e interessantes” disse o ator, que se prepara para dirigir seu primeiro longa sobre a vida do guerrilheiro Carlos Marighella.
A produção de Serra Pelada custou R$ 10,5 milhões e as filmagens duraram cinco semanas. Mas a pré-produção durou quase um ano e a pós-produção quase mais um. Para Heitor Dhalia, a ideia de filmar a história do lugar que mais reuniu gente no mundo para trabalhar depois das pirâmides do Egito, era algo quase que impossível. Ele contou com o apoio de um geólogo que mapeou Serra Pelada para o governo, na época, para reconstruir cenários e situações. “Filmamos o impossível” disse. Mas o impossível é história do Brasil e tem tudo para agradar ao público.
Fonte : Terra Brasil
Aff, como a jornalista tedencioso. A melhor expeiencia foi fazer o filme independnte do papel ser de prostituta ou não.
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